Saudade de casa

Eu "AINDA" não voltei pra casa.
A volta deve acontecer no sábado.
A saudade da minha casa e das minhas coisas é intensa demais.
Eu e maridex estamos muito ansiosos e por este e por vários outros motivos vamos ficar em casa no carnaval. Coisa pra fazer e organizar é o que não vai faltar nesse feriado.

Ontem passamos mais um dia no hospital.
Papai não estava se sentindo muito bem. Está com uma infecção nas cicatrizes da cirurgia, mas Graças a Deus foi medicado e liberado para se tratar em casa e hoje ele já está bem melhor.

Nesse periodo fui em um casamento de um primo muito querido do meu marido e voltei pra faculdade com uma preguiça de fazer dó ou de fazer pena pra quem não é mineiro. Estou fazendo uma matéria em outra unidade da faculdade pra ver se consigo me formar até o meio do ano.
Meu irmão decidiu a data do casamento dele e já começamos com os primeiros preparativos.

E a vida segue.
Espero voltar em breve com fotos da minha casinha nova.

Sim. Eu estou muito sumida e enrolada.
Mas é que até hoje estou sem residência fixa.
O Léo diz que já posso liderar o "movimento sem teto", porque agora realmente eu já tenho muita experiência nesse assunto.

A quebradeira no AP já acabou a uma semana, mas como o pintor só podia ir no sábado, nós resolvemos esperar porque ele é um profissional competente. Agora falta pouco pra reforma acabar e eu finalmente voltar pra minha querida e amada casa.

Não tem nada no lugar, nem um único garfo,nem uma calcinha, nem uma meia.
Nadinha. Parece que passou um furacão. Sem contar a poeira.
Mas no fim eu sei que vai valer a pena tanta bagunça.

Ficar na casa da mamãe está sendo muito bom porque faço companhia pro papai enquanto a mamãe trabalha. (pq alguém tem que trabalhar nessa casa e essa mulher trabalha até demais ...)
Papai saiu do hospital mas ainda precisa de muitos cuidados. Fica o dia todo deitado e só levanta pra almoçar e tomar banho.
Não vejo a hora dele ficar bom de verdade denovo e voltar a cuidar do quintal, das suas plantinhas.
Poucos dias antes de fazer a cirurgia ele plantou uns milhos (no lugar das flores) e os pés já estão com mais de trinta centímetros. A mamãe até joga água e tenta cuidar, mas é claro que não é a mesma coisa né.
É muito triste ver um homem forte como ele deitado o dia todo, desanimado da vida, dependente de tudo. Mas com fé que tudo vai mudar.

Eu "não vejo a hora" de muita coisa acontecer.
Mas agradeço a Deus todos os dias por tantas coisas maravilhosas que andam acontecendo na minha vida.
Este ano começou com muitas novidades e mudaças.

Acredito que tudo é obra de Deus para mostrar o quanto somos capazes, o quanto podemos ser fortes e lutar por coisas e dias melhores.

Até lembrei de uma música que gosto muito.

Vivemos esperando
Dias melhores
Dias de paz, dias a mais
Dias que não deixaremos
Para trás
Oh! Oh! Oh! Oh!...

Vivemos esperando
O dia em que
Seremos melhores
(Melhores! Melhores!)
Melhores no amor
Melhores na dor
Melhores em tudo
Oh! Oh! Oh!...

Vivemos esperando
O dia em que seremos
Para sempre
Vivemos esperando
Oh! Oh! Oh!
Dias melhores prá sempre
Dias melhores prá sempre
(Prá sempre!)...

(Dias melhores - Jota Quest)

Volta as aulas

Nunca gostei muito da escola, mas lembro que o início das aulas era uma festa.

Meu pai sempre dava um bom dinheiro e falava pra gente comprar o material escolar.

Era um dia de festa. Eu escolhia os cadernos, as canetas coloridas, as borrachas bonitas, lapiseira, estojo novo...

Era tudo lindo, do jeitinho que eu queria...

Depois ele me ajudava a encapar os livros e cadernos que naquela época nem tinham as capas duras.

No inicio eu caprichava, fazia tudo bonitinho, aí, passava um mês e o caderno era praticamente abandonado, rabiscado nas ultimas folhas, cheio de recadinhos das amigas,de comentários...

Passava um tempo e as canetas não eram mais usadas nos cadernos e sim nos diários coloridos que eu escrevia por horas a fio e escondia na gaveta.
Ah.. isso sim era diversão.

Com o tempo fui perdendo o entusiasmo e percebí hoje que já faz dois anos que não compro um caderno.

Eu vou lá na gaveta, pego qualquer um que ainda tenha folhas brancas e fica por isso mesmo.

Não precisa de canetas coloridas e novas, nem de régua, nem de borracha, nem de nada.

Até a lapiseira é a mesma a quatro anos.
Quanta falta de graça.

Nessa semana as aulas voltaram e eu sequer conseguí fazer a minha matricula.

A gente cresce e a vida vai ficando muito complicada.

Eu estou enfrentando uma verdadeira maratona pra conseguir me matricular.

Como fiquei irregular na turma, as matérias que preciso fazer coincidem nos horários e está sendo um verdadeiro terror conciliar tudo.

Todo inicio de semestre na minha faculdade é essa "novela".

Agora falta a secretaria aprovar a minha grade de horários.
Depois eu tenho que estudar pra valer, pagar mais cinco parcelas, apresentar monografia e finalmente "correr para o abraço".
Não vejo a hora.
E que venha a formatura.

Eu quero!

Hoje eu queria escrever tanta coisa, mas ao mesmo tempo não queria escrever nada.
Queria continuar no "meu mundinho" e ao mesmo tempo sair dele.

Deixa eu explicar...
Queria não lembrar que amanhã tenho que fazer matricula na Puc, que tenho que voltar a pensar na monografia, a procurar trabalho, a estudar anoite, a fazer um tanto de coisas chatinhas. Mas também não queria pensar que por pelo menos mais uma semana vou continuar com a vida de cigana sem teto. (Da casa da mamãe pra casa da sogra e de lá pro hospital em que o papai está internado e etc).

É estranho, mas depois de ter a nossa própria casa, ficamos com um monte de manias e apegos inúteis...
É incrível como da saudade de umas coisas bestas viu... saudade do colchão, do chuveiro, do banheiro, da cozinha...

Não está ruim. Pra falar a verdade está sendo bom estes dias fora de casa.
Com as mudanças vamos nos conhecendo, aprendendo coisas novas e tendo algumas percepções.

Já percebí que tenho que falar menos e orar mais.
Sigo em frente, estou muito animada com este início de mês.
Acredito que vai ser produtivo, cheio de animação e mudanças boas.
Estou animada e pronta pra enfrentar desafios, apesar de ter um pouco de medo deles.
Mãos à obra e vamos em frente que atráz vem gente.

E que assim seja.